O número de profissionais de UX continua a crescer em todo o mundo e no momento de seleção e recrutamento, tudo o que puder fazer a diferença é importante. Neste cenário, a certificação em UX ganha destaque.

O último levantamento salarial, realizado pela UXPA (User Experience Professionals Association) em 2016, abrangendo 1.355 profissionais de 37 países, revelou que 24% dos entrevistados tinham uma certificação em UX.

Em geral, as certificações em UX são ministradas por empresas de renome na área de UX ou por entidades académicas. Algumas já existem há vários anos, outras são recentes, e todas têm atraído um bom número de profissionais.

As certificações têm como objetivo principal preparar muito bem os profissionais para desempenharem funções específicas em determinadas áreas. Então surge a pergunta: e um curso, não tem o mesmo objetivo? Sim, também tem. Então, qual é a diferença?

A diferença entre uma certificação e um curso

Uma das diferenças mais importante é a forma como o mercado trata uma certificação. As empresas entendem que um profissional certificado é um profissional que tem conhecimento atestado, e que, portanto, tem capacidades reais para endereçar as exigências do trabalho com excelência.

É claro que nem todas as áreas ou funções necessitam de uma certificação. Por outro lado, há casos em que a certificação, que antes não era importante, passou a ser valorizada, e em alguns casos tornou-se um requisito obrigatório.

Exigida ou não, o facto é que a certificação é bem vista em muitas empresas, de vários setores, especialmente porque demonstra que o profissional está bem preparado e, portanto, pode trazer maior retorno para o negócio.

Na área das Tecnologias, há diversas certificações, em geral fornecidas por grandes corporações ou entidades de renome, e muitas vezes essas certificações têm mais valor para as empresas que querem recrutar profissionais mais bem preparados do que um profissional com um diploma de um curso superior.

Recentemente, gigantes como Google, Apple e IBM anunciaram que já não vão exigir diplomas de cursos superiores em futuras contratações. Para essas empresas (e também para outras) o importante é contar com profissionais que tenham conhecimentos reais para executar bem o trabalho. É claro que os profissionais têm de provar que possuem as capacidades necessárias para se poderem candidatar a uma vaga, mas essas capacidades podem ter sidos adquiridas através de um curso universitário ou não.

O valor de uma certificação para os profissionais

O reconhecido investigador e estatístico Jeff Sauro, autor de 6 livros, fez uma análise muito bem fundamentada sobre o valor que uma certificação pode trazer aos profissionais de UX em termos de carreira e salário.

Os números ainda não contam a história completa, principalmente porque UX é uma área relativamente recente (pouco mais de 20 anos), com profissionais que começaram muito cedo e um grande número de profissionais que entraram na profissão mais recentemente. Profissionais com mais anos de experiência, mesmo não sendo certificados, costumam ganhar mais do que os que estão a começar, explica Jeff Sauro.

O investigador conclui também que são necessárias futuras análises para entender melhor os vínculos (e covariáveis) da certificação sobre o salário, sobre a contratação e também sobre como os diferentes programas de certificação podem melhorar, tanto ao preparar como ao recompensar os seus participantes.

Ainda vai ser necessário um pouco mais de tempo para que os números nos digam se a certificação em UX estará associada a melhores salários, mas o que já se sabe é que uma certificação traz benefícios importantes para os profissionais, para a qualidade do seu trabalho e para a sua carreira.

Num processo de seleção ou num processo de promoção, por exemplo, os profissionais certificados, em geral, ganham alguns pontos a mais do que aqueles que não têm uma certificação. E como a procura de bons profissionais de UX está a aumentar, tudo o que possa ajudá-los a diferenciarem-se dos outros candidatos, conta.